Na década de 1930, a fome colossal assolou a União Soviética, provocando um grande êxodo. Em dois anos, mais de 10 milhões de pessoas deixaram o campo e migraram para as cidades. Para restaurar a ordem, Stálin resolveu exterminar todos os cidadãos considerados socialmente nocivos de Moscou e Leningrado. 6 mil pessoas “indesejáveis” foram escolhidas ao acaso e presas: camponeses, pequenos criminosos, visitantes, vagabundos ou apenas indivíduos que não se encaixavam na estrutura de classes do ideal comunista. Homens, mulheres e crianças foram transportados por trem durante oito dias para Nazino, uma ilha pequena e deserta na Sibéria, localizada a 3 mil km a leste de Moscou. Deportados para a desolação da Sibéria, onde a temperatura costuma cair abaixo de zero, os prisioneiros foram abandonados apenas com farinha como alimento, algumas ferramentas e poucas roupas. Nazino não tinha nada, nem abrigo, nem infraestrutura. O desespero levou-os rapidamente ao roubo, à criminalidade e à morte pela fome. Havia, inclusive, cenas de canibalismo em massa. Com reconstituições e fotografias de arquivo, esse documentário mostra os métodos arbitrários, desorganizados e precipitados usados pelo Regime Soviético para deportar as pessoas.