Indicado ao Oscar de Melhor Curta Documentário, Absorvendo o Tabu parte da constatação da enorme ignorância quanto à menstruação numa zona rural da Índia, nos arredores de Delhi. Homens simplesmente atribuem ao período mensal significados, no mais das vezes, pejorativos, referindo-se a ele como “uma doença mais comum nas mulheres”. Já a ala feminina, quando não completamente acanhada diante da câmera para falar de um assunto que deveria ser absolutamente corriqueiro, chega a mencionar “um sangue ruim que sai da gente todo o mês”. O filme explora esse triste cenário em que são proliferadas informações errôneas, no qual se disseminam distorções que desembocam em constrangimentos sociais. Nas entrelinhas dessa investigação breve do desconhecimento que torna mulheres vítimas de uma série de julgamentos e circunstâncias aviltantes, Absorvendo o Tabu discute o papel feminino numa sociedade agrária, tacanha, em que os valores falocêntricos imperam sem tantas restrições.